Todos os dias, pela manhã, o alegre coelhinho branco costumava atravessar o bosque para chegar à margem da lagoa. Era um longo caminho, e o pequenino sentia-se cansado e sedento por viajar tamanha distância.
Porém, quando chegava à lagoa, a única coisa que conseguia fazer era admirar a água cristalina que ela continha. Ao invés de beber um pouco, o brilho das leves ondas da lagoa só o fazia sentir-se encantado. A água não era somente pura, mas transparente, e o pequenino coelho sempre vira em seu interior uma forma pompuda e branquinha, assim como a sua. Ele costumava perder-se em devaneios sobre o reflexo na água, imaginando o quão maravilhosa poderia ser aquela lagoa, mostrando e aceitando-o exatamente do jeito que era.
O pequeno coelho costumava dedicar muitas horas, dias de seu tempo somente para estar ao lado da margem da lagoa. Ele sentia-se tão maravilhado que, um dia, resolvera chegar mais perto do reflexo. Assim que tocou a água, ele perdeu-se dentro de si, afundando nas leves ondas. Por algum tempo tornou-se completo e em paz, até começar a sentir-se angustiado. A angústia crescia em seu peito, o mesmo peito que ele percebera, já não mais respirava. Ao invés de realizado, sentiu-se desesperado e traído por aquilo que aprendera a amar mais que qualquer coisa. Todo o amor de seu corpinho agora esvaía-se, assim como o ar em seus pulmões.
O tempo passou, e o pequenino coelho sentiu-se sereno, ele estava em um lugar diferente, afinal. Sentiu uma agradável e brilhante luz atingir seu rosto, a dor não mais existia. Ele abriu seus olhos e percebeu que a água o levara à outra margem da lagoa.
nossa, tu escreve muito bem ju!!!!
ResponderExcluirMuito obrigada, Tata!! *-*
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